Se escrevi

é porque estou agitada.

De visita

Tais corredores não me são estranhos, mas é doloroso reencontrá-los.
Doloroso porque é como se eu não tivesse saído do lugar, apesar de bem saber que o tempo se passou e outros lugares visitei.
Mas, refletindo sobre essa coincidência, lembro-me que sempre foi assim: difícil. Olhar para as paredes e ver esses quadros... Quadros que mostram pessoas tão felizes em sua ingenuidade... Hoje, irreconhecíveis... Meros estranhos... É fácil concluir, pelas lembranças parciais, que eu já estive aqui.
Ainda não sei porque fico triste, com certo peso no coração, todas as vezes que olho para seus rostos, que lembro do som de nossas risadas simultâneas. Será saudade? Resquício da sintonia? Remorso? O fim poderia ter sido mais gentil, de fato. O poder sempre esteve em minhas mãos, mas minha empatia não era lá muito boa.
Bom, posso dizer que melhorei nesse aspecto. Pelo menos, um pouco. Vocês ficariam felizes...
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Me perdi. Não sei. É sempre assim. Toda vez que te vejo alguma coisa me escapa. Você, em especial, o tempo não levou. Ou eu não quis esquecer. Deve ter sido involuntário, pois sabemos da nossa história (se é que pode ser chamada assim). Nada sutil, nada agradável. Cruel em certos aspectos.
Você permanece aqui e eu aprendi a lidar com isso (a minha maneira juvenil). Porém, dessa vez sinto algo diferente. Uma espécie de liberdade que não me permitia antes. Acho que cansei de me punir por um passado que já é distante. E isso é estranho. Não sou de me perdoar...
Acho que você me esqueceu. E bem que eu podia fazer o mesmo. Seria bom viver sem essa expectativa de redenção. Expectativa?! Devo ter esquecido meu bom senso em alguma dessas salas.
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Vamos para outro corredor. Esse aqui já me cansou.