Às cartas queimadas na lareira
Às poesias nunca postas no papel
Às ideias levadas pelo vento
Aos sentimentos contidos, incontáveis
À esperança depositada numa garrafa, num bordel
Às palavras mal proferidas, incendiadas
Aos atos impensados, insuficientes, prejudiciais
À crueldade expressa no olhar
Aos sorrisos maquiavélicos, ao remorso esquecido num canto qualquer
Aos socorros vãos e aos socorristas insensatos
Aos inimigos infantis mal disfarçados
Ao ferro, ao fogo, à atadura
Ao confinamento eterno, à própria ditadura.
Brindemos ao presente, louvemos o passado, temamos o futuro.
Obrigada, podem voltar à festa.
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