Ainda busco neste mundo infinito
O que sou, o que era e o que serei
Ainda busco meu ser invisível
Aquilo que sempre desejei
Ainda busco [talvez] traços de bondade
Uma alma, respeito, meu coração
Tento coibir toda a maldade
Mas ela cisma em querer chamar atenção
Busco uma caixa de sentimentos
No vazio que sou
Busco o que outrora fiz
E sei isso realmente importou
[para alguém
-
Busco nessa vasta (in)consciência
Onde foi que deixei meu silêncio
Busco nos meus trajes, a adolescência
Onde foi que eu coloquei?
Cadê aquela garota que eu pensei que fosse?
Onde foi que eu me enfiei?
-
E em "mim" mesma amo brincar
Surgir, desaparecer, inconstante
Sem personificar
-
Talvez o meu eu esteja naquela estante
Naquela onde os livros não têm seu lugar
Um minuto aqui, outro ali
Sempre dispostos a querer de espaço trocar
-
Talvez eu esteja em um dicionário
Em uma calculadora, por que não?
Devo ter meu próprio significado,
um valor,
alguma razão
-
Não posso ser apenas o que vejo
Pois o que vejo é apenas confusão
Devo ter parentes, amigos,
uma vida
Mas por que me sinto tão incompleta
Deveras aturdida?
Talvez eu esteja por aí
E já tenha me visto de relance
Mas algo me forçou de meu caminho sair
Não sei do passado, do futuro ou deste instante
Por enquanto vou ser uma estrela
Cada vez mais errada, cada vez mais errante
Sem caminho, no impenetrável distante
PS: se um dia você me achar
por favor, ligue
Com a Júlia você deve falar.
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